Disrcurso de Posse do acadêmico Francisco Aparecido Cordão
ACADEMIA PAULISTA DE EDUCAÇÃO
Discurso de Posse do Acadêmico Titular
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO
14/4/2009
Senhor Presidente da Academia Paulista de Educação, Acadêmico Titular João Gualberto de Carvalho Meneses;
Senhor Primeiro Secretário da Academia Paulista de Educação, Acadêmico Titular Joaquim Pedro Vilaça de Souza Campos;
Senhor Acadêmico Titular da Cadeira nº. 08 da Academia Paulista de Educação, meu Amigo Professor Nacim Walter Chieco;
Senhores Acadêmicos Titulares da Academia Paulista de Educação: Oswaldo Melantonio, Pedro Salomão José Kassab, Maria de Lourdes Mariotto Haidar, José Augusto Dias, Celso de Rui Beisiegel e Samuel Pfromm Neto;
Senhores Acadêmicos Honorários da Academia Paulista de Educação: Arnold Fioravante, Maurício Chermann, Clovis Roberto dos Santos, Wander Soares e Roberto Machado Carvalho, também representando a Academia Paulista de História e a Academia Cristã de Letras;
Senhor Diretor Regional do SENAC, Professor Luiz Francisco de Assis Salgado
Senhora Diretora da Escola SESC de Ensino Médio, Professora Claudia Fadel;
Senhor Representante do Diretor Regional do SESC de São Paulo, Professor Danilo Santos de Miranda, Carlos Rodolpho Tinoco Cabral;
Senhor Presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Professor Arthur Fonseca Filho;
Senhor representante da Presidente do Conselho Nacional de Educação, Conselheiro Antonio Carlos Caruso Ronca;
Senhor representante do Movimento da Sociedade Civil “Todos pela Educação”, também da Câmara de Educação Básica do Conselho de Educação, Conselheiro Mozart Neves Ramos;
Senhor Presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Enfermeiro Claudio Alves Porto;
Meus caríssimos Amigos dos Conselhos de Educação do Município de São Paulo e do Estado de São Paulo, do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Educação e do Conselho Nacional de Educação;
Meus caríssimos amigos do SENAC e do SESC, bem como do Grupo de Aposentados e Amigos do SENAC;
Meus caríssimos amigos do Movimento Todos pela Educação, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, da Secretaria Estadual de Educação e da Secretaria Municipal de Educação, em especial da Divisão de Orientação Técnica da Educação de Jovens e Adultos, bem como do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo e da Consultoria Educacional Peabiru – Consultores Associados em Educação;
Meus Caríssimos amigos e companheiros dos bancos escolares, de Botucatu e de São Paulo, os quais saúdo na pessoa de meu amigo e padrinho Argemiro Falceti;
Meus familiares, particularmente, minha mãe, Dona Maria e minha sogra, Dona Cecília, que já contam com seus noventa anos de idade e que continuam me apoiando de forma incondicional; minha querida mulher ae mestra, Professora Salete, incansável e compreensiva companheira de todas as horas; meu querido filho Daniel Luiz, com quem tenho aprendido a ser pai; minha nora Renata, mãe do meu querido netinho Renato, com quem estou aprendendo a ser avô; meu irmão caçula, Professor José Parra Cordão, que está participando deste evento como mestre de cerimônias;
Senhoras e senhores.
A honrosa presença de numerosos amigos e amigas transforma o dia de hoje em um solene momento de celebração da convivência humana na Academia Paulista de Educação. As Academias, em geral, são destinadas ao culto das ciências e das artes, do corpo e do espírito. Muitos aqui já frequentaram ou frequentam academias esportivas e de ginástica. Eu já trabalhei em uma Instituição Social, o SESC, que cultiva, de modo especial, o espírito e o corpo, com os seus Centros Culturais e Desportivos, estimulando e desenvolvendo atividades de lazer sócio-educativo. As Universidades e Escolas Superiores, instituições que se consolidaram no contexto do movimento iluminista europeu, também são caracterizadas como Academias, com um fazer acadêmico característico, próprio de atividades metódicas de ensino e de pesquisa, na busca do conhecimento e da melhor educação humana para o cidadão trabalhador. Esta aqui é uma Academia peculiar, como são as Academias Literárias, de Historiadores, de Filósofos, de Médicos, de Juristas… A Academia Paulista de Educação, criada há quase quarenta anos, é uma Academia de Educadores. É uma instituição típica da Sociedade Civil Educacional, organizada para construir caminhos e pontes entre o mundo educacional e a realidade da vida pessoal e social dos cidadãos que demandam serviços educacionais. O espaço social e as práticas de academias como a Academia Paulista de Educação fazem lembrar os ambientes culturais diferenciados já existentes na antiguidade helênica clássica. Como exemplos clássicos podemos citar os que propiciavam o culto das virtudes gregárias e amistosas do Jardim de Epicuro, ou o cultivo das causas racionais do Banquete de Platão, ou os Grupos Peripatéticos de Aristóteles. Na realidade, o termo Academia tem sua origem no espaço da cultura retórica que Platão criou nos Jardins consagrados ao herói ateniense Acadêmos. Academia, portanto, supõe, sempre, experiências de convivência humana.
Para homenagear a todos os presentes e fazer jus às origens do movimento gregário acadêmico, faço da convivência humana o tema da minha primeira oração nesta Academia. Este 14 de Abril de 2009, para mim, será sempre lembrado como uma data das mais marcantes. Não é comum que um pobre menino da roça consiga, mais de sessenta anos após seu nascimento, assumir uma cadeira na Academia Paulista de Educação, entre doutos e sábios. A noite de hoje não povoava os sonhos infantis desse menino. Por isso mesmo, peço vênia aos ilustres Acadêmicos e a todos os amigos e amigas que acolheram o nosso convite para esta sessão solene, para resgatar algumas reminiscências do fundo da minha memória, para revivê-las neste momento, recuperando o esquecido e desvendando o desconhecido. Faço isso na convicção de que “o real da vida se dá, não no princípio e nem no final; ele se dispõe para a gente é no meio da travessia,” como aponta, no memorável “Grande Sertão, Veredas”, o eminente acadêmico e diplomata João Guimarães Rosa.
Plagiando Angelino de Oliveira, na sua imortal canção “Tristeza do Jeca”, posso dizer com orgulho, que “Eu nasci naquela serra, num ranchinho beira chão, tudo cheio de buraco a donde a lua faz clarão. Quando chega a madrugada, lá na mata a passarada principia o baruião”. Nasci no pé da Serra de Botucatu, no Bairro dos Rochas, no Município de Avaré, próximo ao provável traçado da Trilha Peabiru, nas terras antes ocupadas pelos valorosos índios Caiuás. Acho que vem daí o meu fascínio especial pelas noites de lua cheia e pelo seu clarão nas matas e prados.
Realmente, posso me considerar uma pessoa privilegiada por Deus, especialmente por conta das inúmeras pessoas que encontrei ao longo da vida e que marcaram a minha existência de forma indelével. Não vou tomar muito o tempo dos presentes relatando todas as essas ricas experiências de convivência humana, mas, também, não posso fugir de citar aquelas que foram as mais marcantes. É a forma que encontro para homenagear a todos aqueles com os quais convivi ao longo de minha vida de cidadão e profissional da educação, muitos deles presentes nesta sessão solene da Academia Paulista de Educação. Faço isso porque entendo ser este um bom momento para registrar a todas essas pessoas generosas a minha gratidão. Com isso estou valorizando, também, de forma indireta, todos os relevantes momentos de convivência humana ao longo de mais de sessenta anos de existência. De uma forma ou de outra, todos eles tiveram a sua importância no desenvolvimento de minha vida pessoal e profissional, como cidadão e educador. Registro, neste momento, a minha cordial gratidão a todos e a todas.
A primeira menção vai para a minha família caipira, lá do Bairro das Rochas, no município de Avaré, pertinho da casa do nosso amigo Juvenal, tão gentil nas suas recepções aos aposentados e amigos do SENAC São Paulo. O destaque inicial vai para a minha mãe, Dona Maria, hoje com noventa anos de idade e aqui presente, que não teve a mesma oportunidade que eu e o meu irmão tivemos de frequentar escolas, porque, naquela época, nos rincões mais atrasados da zona rural, educação escolar não era coisa para mulher. Mesmo sem estudos, ela não mediu esforços para que seus filhos estudassem, embora, para tanto, às vezes, tivesse que se valer do auxílio das providenciais varas de marmelo. Meu pai, filho de exilados espanhóis, morreu cedo. A jovem viúva não se esmoreceu. Trabalhou duro na lavoura de cereais e, mais tarde, quando de seu casamento com Bertinho Rocha, também viúvo, fez um trato com ele para garantir os estudos de seus filhos, para além daqueles minguados três anos da escola rural existente na localidade. Bertinho Rocha foi seu grande aliado na educação dos seus filhos, e é por isso que vai para ele o segundo registro de gratidão, do fundo do meu combalido coração, recentemente reforçado por um procedimento cirúrgico arterial, realizado com competência no Hospital do Coração.
A minha primeira escola era pequena e humilde, que funcionava numa antiga “tuia”, era mantida pelo Estado e contava com a decidida participação da pobre comunidade local, especialmente nos momentos de festas cívicas e de comemoração do dia dos professores, quando os alunos da primeira série recebiam o seu primeiro livro de leitura. Ela funcionava numa única sala de aula, com uma única mestre-escola – a saudosa professora normalista Cynira Gonçalves, que coordenava nossas atividades iniciais de alfabetização em língua pátria, matemática e ciências, guiando-nos nas trilhas da aprendizagem ao longo das três séries iniciais do antigo ensino primário, as quais frequentei com outros trinta e tantos colegas, oriundos da comunidade local e dos bairros rurais vizinhos .
Tomando como referência os conceitos adotados pela Comissão Internacional de Educação da UNESCO, presidida por Jacques Delors na virada do século, posso concluir agora que foi nessa modesta academia escolar multiseriada do Bairro dos Rochas que iniciamos a nossa longa caminhada para aprender a aprender, a fazer, a conviver e a ser. Em um esforço de análise retrospectiva, percebo hoje que essa academia mirim nos ensinou, com grande sentido ético e com sensibilidade histórica e consciência política e cultural, não apenas as primeiras letras e os primeiros cálculos e noções das ciências, mas a trocar saberes sobre nossa realidade no contexto histórico e geográfico brasileiro, bem como a respeitar a natureza e a promover a qualidade da vida humana, pessoal e coletiva. Quanto aos primeiros cálculos, eu os aprendi nos livros de matemática utilizados pela Professora Cynira e escritos pelo Acadêmico Osvaldo Sangiogi, a quem fui reencontrá-lo na Fundação Padre Anchieta, juntamente com o Acadêmico Samuel Pfromm Neto.
Essa pequena escola multisseriada, com alunos de três séries à cargo da mesma dedicada e competente professora, com os recursos que dispunha, operava verdadeiros milagres. Dona Cynira Gonçalves, recém formada no Curso Normal do Instituto de Educação de Avaré, utilizava um método da educação cooperativa, estimulando os alunos mais adiantados a ensinar aos demais, especialmente aos que tinham mais dificuldades. Todos eram estimulados a ensinar aquilo que tinham aprendido a quem ainda não tinha conseguido aprender. Aí se operava o milagre da convivência cooperativa. Ao tentar ensinar, a nossa aprendizagem ficava cada vez mais robusta e sólida, além de provocar uma sensível melhora na nossa autoestima. Dessa maneira, ela dava conta do recado com sucesso, e ficava muito orgulhosa todas as vezes que era elogiada por isso pelo inspetor escolar, em suas periódicas visitas à escola rural. Seus alunos da primeira série, com todas as dificuldades que podem ser imaginadas nessas circunstâncias, aprendiam a ler e a escrever até o mês de outubro de cada ano. Na semana do dia do Professor, os alunos da primeira série recebiam o primeiro livro de leitura Sodré, pois já estavam alfabetizados. Essa data era marcada com uma grande festa, com direito a refrigerantes e frango assado, para a qual todos os familiares dos alunos da escola eram convidados. A mensagem da emocionada Dona Cynira era clara: Agora um mundo novo se abre para vocês. Não há mais limite para o conhecimento. Mesmo que vocês não saiam do Bairro onde moram e dos limites de Avaré, poderão conhecer o mundo todo, pela leitura. Para isso, basta que tomem gosto pela leitura, e para tomar gosto pela leitura precisam ler, ler e ler. Não tenham preguiça. Leiam tudo o que cair nas suas mãos, seja um livro ou uma revista velha, seja um almanaque daqueles distribuídos nas farmácias, seja o jornal que embrulhou a carne que seus pais compraram nos açougues. Tudo o que cair nas mãos de vocês deve ser lido. Tudo o que vocês lerem de interessante deve ser partilhado com os outros. É importante dar oportunidade para que os seus coleguinhas, parentes e amigos também possam ler tudo aquilo que vocês leram. Não guardem o conhecimento só para vocês. Aprendam a dividir com os outros tudo o que é bom.
Com esses ensinamentos, não apenas aprendemos a ler e escrever, mas tomamos gosto pela leitura, pela escrita e pela partilha solidária de conhecimentos. Vejo hoje que foi mesmo um grande privilégio ter sido aluno da Dona Cynira. Na realidade, eu já havia percebido isso antes, quando fui fazer a quarta série do curso primário na cidade de Avaré, onde minha família passou a morar, para que eu e o meu irmão tivéssemos oportunidade de continuar os nossos estudos. No Grupo Escolar Matilde Vieira, onde recebi, com muita emoção, o meu primeiro Diploma, fui imediatamente classificado como aluno forte pelo simples fato de ter sido aluno da Dona Cynira Gonçalves.
Na cidade de Avaré eu encontrei e convivi com algumas pessoas que realmente fizeram a diferença para a minha vida futura. O primeiro destaque vai para uma das proprietárias de uma papelaria e livraria da cidade. Na época, eu era vendedor de bananas, junto com o meu irmão menor, empurrando nas ruas de Avaré um velho e pesado carrinho de pedreiro. Juntando os tostões do lucro com a venda, fui comprar o meu primeiro livro, que era um livro de ciências da quarta série primária. Comprado o livro solicitado pela professora, fiquei namorando outro livro para o qual não tinha dinheiro para comprar. Perguntei o preço, contei cuidadosamente as moedinhas e vi que teria que deixar esse livro para outra oportunidade, quando sobrasse mais dinheiro. É aí que começa a convivência com Dona Elvira Scarlate, que, olhando carinhosamente para mim, disse: menino, esse livro não é para você. É muito difícil para a sua idade. Argumentei que a Professora Cynira tinha dito que não havia mais limite para quem aprendeu a ler e quer mais conhecimento e que eu gostaria de ler aquele livro. Ela disse que ia emprestá-lo para eu ler e que, se eu cuidasse bem dele, o lesse inteirinho e entendesse o que ali estava escrito, eu não precisaria mais comprar livros do estoque da livraria dela. Foi uma beleza. Gostei muito da leitura do livro “Grandes Amizades” da Raissa Maritain e consegui demonstrar que tinha entendido o seu conteúdo à minha futura protetora. A partir daí, praticamente, tive uma biblioteca particular à minha disposição e aproveitei a oportunidade para virar um leitor contumaz e persistente.
Fui apresentado pelas Irmãs Scarlate a uma religiosa da Santa Casa de Misericórdia, a então Vera Ancila, que fazia um belíssimo trabalho com as crianças pobres da periferia de Avaré. A convivência com essa religiosa foi marcante para o meu futuro e eu me transformei em um dos seus fiéis escudeiros mirim. A Irmã Vera Ancila apresentou-me ao Monsenhor Celso Ferreira, velho pároco da cidade, que decidiu transformar o pequeno caipira do mato, como ele carinhosamente me chamava, num cidadão letrado e que soubesse falar corretamente a língua pátria. Avalio hoje que essa convivência com Monsenhor Celso emprestou novo rumo à minha vida. Ele, praticamente, se tornou o meu permanente e dedicado professor particular de português, nas suas horas vagas. Ele alimentava a esperança de que eu me tornasse, algum dia do futuro, um padre tão bom para tratar com a pobreza como ele era. Eu ficava todo envaidecido com as pretensões do Monsenhor Celso e com a confiança que ele depositava em mim. Ficava fascinado com seus sermões, com sua verve literária e com sua capacidade de improvisação da fala e ficava sempre pensando: será que um dia eu conseguirei ser, pelo menos, um pouquinho só do que é hoje esse Monsenhor!!!
Incentivado pela convivência humana com a população pobre da periferia de Avaré, no trabalho realizado junto com a Irmã Vera Ancila e pelos iluminados e convincentes sermões do Monsenhor Celso, brilhante orador sacro, de quem eu havia me tornado coroinha, decidi ir para o Seminário Menor São José, de Botucatu, para me preparar condignamente para ser Padre. Monsenhor Celso me incentivou a ir para o Seminário e estudar para valer, para superar as minhas dificuldades iniciais de ordem cultural. Justo naquele ano, o Seminário iniciava uma nova experiência, com seus alunos estudando no Colégio Arquidiocesano, recém assumido pelos Irmãos Lassalistas. Precisava, então, arranjar dinheiro para custear os meus estudos nesse Colégio e no Seminário de Botucatu.
Foi aí que entrou em cena a minha maior benfeitora, a grande pianista avareense, Dona Esther Pires Novaes, tia do nosso saudoso acadêmico José Mário Pires Azanha. A convivência humana com Dona Esther foi de uma importância capital para orientar e definir o meu futuro. Quando ela me conheceu, apresentado pelo Monsenhor Celso, olhando firme nos meus olhos disse: Sem dúvida, eu vou te ajudar em tudo o que você precisar para bem estudar, até a sua formatura no nível superior. O Monsenhor Celso acha que você será um excelente padre, como ele. Eu não sei se você será padre ou não. Eu não tenho bola de cristal, para adivinhar o futuro das pessoas. Tem uma coisa que preciso dizer para você: se não te tornares um bom padre, que sejas um bom cidadão e um bom cristão. Mais do que isso: nunca deixes de fazer com outras crianças pobres como você o que eu estou fazendo contigo. Ajude a todos aqueles que puderes ajudar, sem se preocupar com os resultados de sua ajuda, pois Deus, certamente, saberá orientá-los para o que for melhor. Não deixe nenhum menino pobre, talentoso e esforçado, que bater à tua porta, sem a tua ajuda. Nunca te esqueças do que eu estou te dizendo e do que eu estou fazendo por você. Amigos e Amigas aqui presentes, Dona Esther, essa generosa pianista, custeou todos os meus estudos em Botucatu e em São Paulo, desde o primeiro ano do Ginásio até o último ano da minha segunda Faculdade, até que eu estivesse empregado e em condições de me sustentar, como Professor de Filosofia no Colégio Estadual Professor Gualter da Silva, na região do Ipiranga, aqui na cidade de São Paulo, onde desenvolvi algumas das mais frutíferas experiências profissionais de convivência humana com os meus alunos e com os meus colegas professores dessa querida escola pública estadual. Por tudo isso Dona Esther merece todo o meu aplauso e minha eterna gratidão.
O meu primeiro emprego fixo, ironicamente, eu o perdi em decorrência da reforma de ensino promovida pela Lei Federal nº 5.692, em 1971, que retirou a Filosofia do Currículo do então Curso Colegial Clássico, implantando um Ensino de Segundo Grau comprometido com a meta de universalização da Educação Profissional como parte diversificada desse Ensino de Segundo Grau, que passou a contar com uma parte de Educação Geral e uma parte destinada à Formação Especial, de conteúdo profissionalizante. Digo ironicamente, porque essa perda de emprego acabou contribuindo decisivamente para que eu me tornasse um especialista na área da Educação Profissional. Ao perder o emprego na Escola Estadual e me tornar o que eu chamara à época, um procurador do estado, isto é, procurador de emprego no jornal “o Estado de São Paulo”, atendendo à chamada de um anúncio nos classificados de emprego do referido jornal, fui parar no SESC – Serviço Social do Comércio, participando e sendo aprovado em um concurso público para Orientador Social do SESC, instituição onde tive excelentes condições e oportunidade para demonstrar a qualidade de meu trabalho.
Graças a uma atuação ousada e inovadora nas unidades operativas do SESC, que realizavam relevantes trabalhos de educação social e comunitária, fui chamado, um ano após, pelo jovem e dinâmico Diretor Regional do SENAC, Doutor Bahij Amin Aur, para trabalhar com ele naquela Instituição de Educação Profissional. Aceitei de pronto o desafio apresentado, especialmente por conta das grandes possibilidades de desenvolvimento profissional que se descortinaram à minha frente, com metas claras que deveriam ser atingidas e superadas, e que foram superadas graças ao esforço de todos.
Ter trabalhado no SENAC durante mais de trinta anos pode ser considerado uma bênção divina. A convivência humana e profissional desenvolvida na convivência com o pessoal da Instituição, desde seus presidentes, conselheiros e diretores, e sobretudo com os profissionais da casa, seus pares, os técnicos, os professores e os demais, funcionários da Instituição, até os mais humildes, é uma experiência de vida inesquecível. É muito bom trabalhar no SENAC, especialmente pela liberdade que a Instituição oferece para se perceber o que deve ser feito, avaliar as possibilidades e agir da maneira que julgar ser a melhor possível, respondendo pela qualidade do serviço prestado e do produto oferecido. É o ambiente de trabalho que todo profissional pede a Deus. Encontrei no SENAC de São Paulo o lugar ideal para se trabalhar com liberdade técnica para fazer o melhor possível, de acordo com a própria consciência profissional. Tenho plena consciência de que não decepcionei. Acredito, sem falsa modéstia, que dei minha contribuição ao SENAC e ao desenvolvimento da Educação Profissional no Brasil. Espero ter deixado gravada importante marca técnica na Instituição, como o próprio SENAC também deixou gravada a sua marca em minha vida.
Houve uma época em que, inclusive, o SENAC acabou virando um dos meus sobrenomes. Eu era conhecido como o Professor Cordão, do SENAC. Graças à liberdade de atuação e ao incentivo que recebi na Instituição, atuei nos Conselhos de Educação do Estado e do Município de São Paulo, bem como no Conselho Nacional de Educação. Participei de eventos nacionais e internacionais relativos à educação profissional e ao desenvolvimento das pessoas, das empresas, das comunidades e das instituições e sistemas educacionais. Atuei e ainda atuo junto a órgãos públicos ligados às áreas da Educação, do Trabalho e Emprego, e da Ciência e Tecnologia. A título de exemplo, destaco o projeto de intercomplementaridade entre o SENAC e a Secretaria Estadual de Educação, à época dirigida pela Acadêmica e Educadora Esther de Figueiredo Ferraz. Esse projeto, desenvolvido nos primórdios de minha atuação profissional no SENAC, objetivava a oferta de cursos técnicos de nível médio, em regime de parceria, desenvolvendo a Parte de Educação Geral nas Escolas Estaduais e a Parte de Educação Profissional nos Centros de Desenvolvimento Profissional do SENAC. No último ano de trabalho como funcionário da Instituição, antes a aposentadoria, participei ativamente do Projeto Profissão, com a mesma Secretaria Estadual de Educação, então comandada pela Acadêmica e Educadora Rose Neubauer da Silva, propiciando cursos técnicos e de qualificação profissional a alunos concluintes do ensino médio na Rede Estadual de Ensino. Na atualidade, destaco o trabalho de assessoria educacional que estou prestando junto com o Educador Amin Aur à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo para a Reorganização da Educação de Jovens e Adultos no Município de São Paulo, bem como a ativa participação no importante Movimento da Sociedade Civil “Todos pela Educação”, do qual tenho a honra de ser um dos sócios fundadores.
No SENAC de São Paulo, tive oportunidade de me aprofundar na temática da educação profissional, participar de debates, fazer palestras, estudar e praticar ações educacionais. Em suma, me tornei um especialista no tema da Educação Profissional. Nos Conselhos de Educação, como sempre encarei minhas atividades nesses colegiados, não sob a ótica da honra do cargo e sim da responsabilidade do encargo, acabei me envolvendo com todos os problemas educacionais brasileiros. Afinal, no período de exercício de cinco mandatos consecutivos como Titular no Conselho Estadual de Educação, tive a oportunidade de exercer a função de vice-presidente do colegiado junto com o conselheiro e acadêmico Jorge Nagle, quando aprendi a exercer a presidência. Na sequência, em períodos alternados, fui presidente desse Conselho em três oportunidades, duas delas tendo como vice-presidente a conselheira e acadêmica Bernardete Gatti. Tive oportunidade de conviver, no Conselho Estadual de Educação de São Paulo, com grandes Educadores, que dispenso citar todos nesta oportunidade, pois a lista seria demasiadamente longa. Cito apenas os Conselheiros com os quais convivi e que também são membros desta Academia Paulista de Educação. Dentre eles está o nosso atual presidente, João Gualberto de Carvalho Meneses; o Acadêmico José Augusto Dias, meu primeiro Presidente de Câmara no Conselho Estadual; o Acadêmico Pedro Salomão José Kassab, com quem dividi a responsabilidade de dirigir o Conselho num momento de vacância de novos Conselheiros; o meu caríssimo amigo, também da área da Educação Profissional, com forte presença no SENAI de São Paulo, onde trabalhou e conviveu com o Acadêmico Paulo Ernesto Tolle, o Educador e Acadêmico Nacim Valter Chieco; o Primeiro Secretário desta Academia, Conselheiro e Acadêmico Joaquim Pedro Vilaça de Souza Campos; os Acadêmicos Moacyr Expedito Marret Vaz Guimarães e Maria de Lourdes Mariotto Haidar, com os quais tive a honra de conviver tendo eles como Presidente do Conselho Estadual de Educação; os Acadêmicos Celso de Ruy Beisiegel, Jorge Nagle, Bernardete Angelina Gatti, Rose Neubauer da Silva, Flavio Fava de Moraes, Paulo Nathanael Pereira de Souza, Sonia Terezinha de Souza Penin, Celso de Ruy Beisiegel, Amélia Americano Franco Domingues de Castro, Luiz Contier, Rachel Gevetz; a Acadêmica Myriam Krasilchik, no Conselho Nacional de Educação e o Acadêmico José Aristodemo Pinotti, como Secretário Estadual de Educação.
O Conselho Nacional de Educação é um lócus por excelência de grande convivência humana e profissional com educadores de todas as Regiões do País e Unidades da Federação. Nesse Colegiado, o Conselheiro toma pé de todos os problemas e desafios da Educação Nacional, de todos os níveis e modalidades de ensino. Exerci dois mandatos consecutivos no Conselho Nacional de Educação, onde também tive a oportunidade de ser vice-presidente na Câmara de Educação Básica, dividindo tarefas e aprendendo com os Conselheiros Ulisses de Oliveira Panisset, aqui presente, e Carlos Roberto Jamil Cury. O aprendizado foi maior ainda quando assumi a Presidência dessa Câmara do Conselho Nacional de Educação em três oportunidades. Além disso, fui relator, no Conselho Nacional de Educação, das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional, bem como de relevantes documentos normativos orientadores da oferta dessa modalidade de ensino no Brasil. O mesmo já ocorrera, também, no âmbito do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, bem como no âmbito do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Educação, que tenho a honra de ter sido um dos seus fundadores. Atualmente, estou exercendo o meu terceiro mandato na Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, muito consciente da responsabilidade e da importância deste meu novo encargo. Tenho consciência de que deve ter sido esse conjunto da obra que provocou a minha eleição para a Cadeira nº 28 da Academia Paulista de Educação, a qual tem como patrono o solidário Educador Suetonio Bittencourt.
O Professor Suetonio Bittencourt desenvolveu a maior parte de suas atividades profissionais no Município de Santos, onde faleceu no dia 4 de setembro de 1965, no mesmo ano em que saí do interior do Estado para vir morar em São Paulo, para começar os estudos de Filosofia. O Professor Suetonio Bittencourt foi professor de História do Brasil e extraordinário filatelista. Edgard de Cerqueira Falcão descreveu o patrono da cadeira número 28 desta Academia como tendo sido uma criatura encantadora e prestimosíssima, que a todos atendia com grande solicitude e que nunca se negava a prestar qualquer ajuda de ordem cultural, sempre que convocado, sem visar interesse outro que não fosse o da garantia do bem comum da coletividade.
Esse comportamento sempre solícito do solidário Educador Suetonio Bittencourt o conduziu a fazer parte de praticamente todas as instituições altruísticas da cidade de Santos na sua época. Particularmente, a duas delas prestou serviços relevantes: ao Instituto Histórico e Geográfico e à Sociedade de Amigos da Cidade de Santos. Em 1963, Suetonio Bittencourt chefiou o grupo de trabalho executivo das homenagens santistas a José Bonifácio, o Patriarca da Independência, dedicando-se a difundir os ensinamentos do Patriarca nos meios escolares de Santos, organizando concursos literários entre os alunos da Baixada Santista, orientados pelos respectivos professores. Posteriormente dedicou-se a promover idêntica tarefa em relação à figura do Padre José de Anchieta, com a mesma finalidade de divulgação de seus ensinamentos nos meios escolares.
Uma das grandes características de Suetonio Bittencourt era a de que não sabia dizer não a ninguém. Amparava a todos os que dele se acercassem, sem qualquer outro intuito que não fosse simplesmente o de ajudar. O patrono da Cadeira nº 28 desta Academia foi professor do ensino primário e do ensino secundário, muito querido pelos seus alunos e bastante empenhado na divulgação dos vultos maiores e mais representativos do nosso patrimônio cultural. Alem das obras sobre José Bonifácio e Anchieta, merece destaque a magnífica biografia de Rocha Pombo, seu patrono no Instituto Histórico e Geográfico de Santos.
A primeira acadêmica ocupante da cadeira nº 28 da Academia Paulista de Educação foi a Professora Luiza Chagas, natural da cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, professora normalista, com especialização em Administração Escolar e licenciatura em Pedagogia, com registro profissional para lecionar Língua Portuguesa. Foi professora primária, diretora de Grupo Escolar, orientadora pedagógica e coordenadora dos serviços de orientação dos professores da região de Santos, bem como professora de Português no Colégio São Paulo, naquela cidade litorânea, bem como no Colégio Estadual Jardim Sapopemba na Capital Paulistana. A educadora Luiza Chagas tem vários artigos publicados sobre planejamento de ensino na revista de Atualidades Pedagógicas de São Paulo, editada nesta cidade. Ela notabilizou-se, especialmente, pelos cursos ministrados no Estado de São Paulo, de atualização pedagógica sobre metodologia do ensino da Língua Pátria.
A segunda ocupante da cadeira nº 28 da Academia Paulista de Educação foi a saudosa professora Apparecida Gomes do Nascimento Thomazelli, falecida em 12 de setembro de 2007. Professora normalista, formada na cidade de Franca, foi, também, licenciada em Pedagogia e graduada em Direito na cidade de Mogi das Cruzes, bem como licenciada em Letras, com especialização em Português, Francês, Latim e Grego, pela PUC de São Paulo e pela USP. Concluiu o programa de pós-graduação em Língua Portuguesa pela USP, tendo sua dissertação de mestrado sido aprovada com distinção. Concluiu estágio reservado para pedagogos brasileiros no Centro Internacional de Estudos Pedagógicos na Universidade de Sèvres, na França. Na Rede Estadual de Ensino de São Paulo, foi professora primária por concurso de títulos, professora secundária contratada de Português, Diretora de Grupo Escolar por concurso de provas e títulos, Supervisora de Ensino, também por concurso de provas e títulos e Delegada de Ensino. Na rede privada de ensino foi professora de Administração e de Inspeção Escolar, de Supervisão de Ensino, de Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º e 2º graus, bem como professora de Linguística, Teoria Literária, Literatura Portuguesa e Literatura Brasileira. Dentre os trabalhos publicados pela professora Apparecida Thomazelli está o romance “Almas Predestinadas”, que foi radiofonizado em novela por Oduvaldo Viana, pelas Rádios Difusora e Tupi, de São Paulo, e Radio Jornal do Comércio, de Recife. Destacam-se também as obras “Português para Concursos”, “Educação no Estado de São Paulo”, “Padre Manoel da Nóbrega – o Fundador da Cidade de São Paulo”, “Administração Escolar”, “Espaço e Tempo Açoriano”, “Mooca e Alto da Mooca”, bem como a obra genealógica “As Famílias de Nossas Famílias”.
Encaro esta posse na Academia Paulista de Educação, ocupando esta cadeira de nº 28, que tem como patrono o solidário professor Suetonio Bittencourt e como primeiros ocupantes as incansáveis professoras Luiza Chagas e Apparecida Gomes do Nascimento Thomazelli, como uma grande honra. Pela primeira vez na minha história pessoal e profissional de convivência humana em um Órgão Colegiado de Educadores, ressalto a honra do posto assumido mais do que o encargo do cargo. Estou muito feliz por assumir essa cadeira na Academia Paulista de Educação, algo absolutamente inimaginável, em meados do século passado, por aquele menino interiorano. Mas a dinâmica da vida é assim mesmo. Ressaltei, no início de minha oração, o meu passado pobre e caipira, na intenção de provocar sólido estímulo a quem assim nasceu e não quer perder nenhuma oportunidade para crescer e se desenvolver, deixando na Terra a marca de sua passagem, contribuindo, de alguma forma para o aprimoramento da vida em sociedade neste Planeta.
Neste particular, os meus agora pares da Academia Paulista de Educação acertaram ao me eleger para a cadeira nº 28 desta douta Academia, que tem como patrono o solidário educador Suetonio Bittencourt, que não aprendera a dizer não a quem precisasse de seus préstimos, desde que fosse para o bem comum, em termos de desenvolvimento educacional e cultural de sua comunidade.
Espero continuar a me espelhar em figuras públicas como a deste patrono, na esperança de contribuir ainda mais para o desenvolvimento de nossa imensa Nação Brasileira, caracterizada por Roger Bastide como “Terra de Contrastes”, especialmente no campo educacional, e de modo particular, no campo da educação profissional, à qual tenho dedicado grande parte de minha vida útil nos últimos trinta e poucos anos. É nesse campo específico que pretendo trazer a minha competência profissional e a minha modesta, porem empenhada contribuição à Academia Paulista de Educação.
Muito obrigado a todos, de modo especial aos acadêmicos que me elegeram e que estão me acolhendo nesta data em tão importante colegiado; aos amigos do SENAC, que ainda tiveram a gentileza de ceder a sua casa para esta posse solene do novo acadêmico; aos meus colegas de bancos escolares, de Botucatu e de São Paulo, aos meus professores e aos inúmeros companheiros de trabalho com os quais convivi ao longo da minha vida profissional e com os quais muito aprendi; às pessoas solidárias que muito me ajudaram, pessoal e profissionalmente, inclusive aos atualmente envolvidos, de um modo ou de outro, na Consultoria Educacional Peabiru – Consultores Associados em Educação; a todos os meus amigos, presentes e ausentes e, de modo especial, à minha família, aqui presente, bem como a todos os meus companheiros dos diversos Conselhos de Educação, que me ensinaram a enxergar os problemas maiores da educação nacional e me estimularam a pesquisar soluções e alternativas para oferecer respostas originais e criativas aos novos desafios cada vez mais urgentes e inadiáveis.
Finalmente, ainda registro um agradecimento muito especial ao Marcelo Torres e aos competentes músicos dessa fantástica Banda Jazz, que se apresentaram nesta sessão solene de minha posse na Academia Paulista de Educação graciosamente, como um brinde à Academia e aos meus convidados. Eles emprestaram um brilho todo especial para esta noite festiva. Registro outro agradecimento especial ao Departamento Regional do SENAC no Estado de São Paulo que, além de nos acolher nesta noite, ainda oferecerá aos presentes, no final desta sessão solene, um coquetel de confraternização, e registro, ainda, um agradecimento especial ao Departamento Regional do SESC, que através da Equipe do SESCTV, está respondendo pela documentação desta sessão solene. A todos e a todas o meu cordial abraço e o meu muito obrigado.
Para concluir esta minha primeira oração na Academia Paulista de Educação, inspirado no discurso de posse do meu amigo Benno Sander na Academia Brasileira de Educação, neste ambiente marcado pela cumplicidade da profunda amizade que nos une e pelo espírito de convivência humana que nos reúne, recorro à sensibilidade do poeta, compartilhando com os presentes um poema atribuído ao imortal Machado de Assis, dirigido aos seus amigos:
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade
ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Muito Obrigado.
Francisco Aparecido Cordão
São Paulo, 14 de Abril de 2009.