Discurso de Saudação ao Acadêmico Sólon Borges dos Reis
DISCURSO DE SAUDAÇÃO AO ACADÊMICO TITULAR
SÓLON BORGES DOS REIS
Pelo Acadêmico Titular Rosalvo Florentino de Souza
Senhor Presidente,
Digníssimas Autoridades presentes,
Senhores Acadêmicos
Senhoras e Senhores:
Aqui estamos para uma fácil apresentação do acadêmico Sólon Borges dos Reis, no ato de sua posse neste sodalício para o qual foi eleito por unanimidade. Fácil sim porque a folha de serviços prestados por Sólon Borges dos Reis nos setores da educação, do jornalismo, no parlamento e na política, como escritor e poeta, é de tal vulto que não lhe sobrou tempo para o exercício da advocacia, como titular desde 1950 em Ciências Jurídicas e Sociais. O seu currículo o credencia para postular qualquer distinção em entidades culturais, bastando citar apenas algumas das mais importantes às quais pertence: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; Academia Paulistana de História; Academia Paulista de Jornalismo; Academia de Letras da Grande São Paulo e Ordem Nacional dos Escritores. Difícil seria, portanto, se nada tivesse produzido o nosso apresentado para fazer jus a tantos méritos. A dificuldade está em sintetizar alguns aspectos de sua variada atividade profissional. Sua reconhecida autoridade em educação resulta de uma densa experiência acumulada na cátedra, do curso primário ao superior. Foi nessa fase que o conhecemos e começamos a trabalhar juntos, ombro a ombro, nas associações de classe e nos sindicatos. Tivemos, posteriormente, a oportunidade e a honra de participar do seu gabinete de Secretário da Educação, no Governo Carvalho Pinto. Já, então, Sólon Borges dos Reis era um indiscutível especialista em educação.
Filho de imigrantes portugueses e italianos, Sólon nasceu em Casa Branca e cresceu na cidade de Campinas, onde se tornou, jovem ainda, poeta consagrado pela crítica contemporânea, que não economizou elogios ao seu primeiro livro de versos, “Apostasia”, editado em 1937. Referindo-se a esse livro, escreveu, na época, Bernardo Pedroso, saudoso presidente da “Casa do Poeta”: “Este livro de versos, Apostasia, que surge da bela terra das andorinhas em bando, como uma delas que se houvesse desgarrado das demais, vem nos demonstrar quanto valor há na alma de um artista quando ele deseja, acima de tudo, colocar sua arte. Sólon Borges dos Reis revela-se um observador arguto, sabendo traçar com mão firme e rápidas pinceladas, as curvas acentuadas e as cores mais variadas da vida e das coisas. Vê-se que Sólon Borges dos Reis está destinado a voos mais altos. Mais uma valiosa aquisição para as letras brasileiras na geração moça”.
“Filho do saudoso poeta conimbenal Júlio Borges dos Reis, com o seu primeiro livro de versos, Sólon rende ao progenitor o tributo da herança que lhe legara – o maior dos tributos que porventura lhe quisesse prestar” (Gilliatt – “Correio Popular” – Campinas). Deixamos de citar muitas outras referências, para não prolongarmos este discurso.
Poesias Escolares
Poeta e educador, Sólon Borges dos Reis escreve versos para as crianças das escolas isoladas e dos grupos escolares. Suas “Poesias Escolares”, editadas em 1939, tiveram tanto êxito que foram reeditadas em 1948 e 1956. Desta última vez, pela Editora Nacional, para distribuição em todo o país. Versificação educativa por excelência, dessas poesias algumas foram musicadas por vários compositores, dentre eles o Maestro Frederico Graf (do Instituto Estadual de Educação “Cásper Líbero”, de Bragança Paulista). E não faltaram encômios a esses versos por parte de eminentes educadores, tais como os do saudoso educador e escritor Thales de Andrade: “Interessantes, educativos e lindos versos. Ensinam o amor aos pássaros, às plantas, às flores e às úteis e belas coisas da natureza de nossa terra. Suas estrofes, como feiticeiros orfeões, entoam cânticos que enternecem… Ensinam civismo, habituando a um culto do Brasil, com seus símbolos sagrados e aos seus filhos, mártires e sábios – … Dão gosto pela leitura e ensinam a boa linguagem”. Visualizamos nesta breve citação de Thales de Andrade o defensor da ecologia que é o professor Sólon Borges dos Reis. Defensor da Fauna, Flora e Solo, hoje tão devastados e erodidos, aqui no Brasil. O professor Sólon se destacou em particular na organização e realização dos quatro históricos Congressos Normalistas de Educação Rural, que promoveu em Campinas (1945), Piracicaba (1947), Casa Branca (1949) e São Paulo (1951), com a participação, inclusive, de outros educadores, hoje acadêmicos com assento nesta Casa. Em defesa da flora nacional, integrou, na década de 60, a direção da Operação Reflorestamento, patrocinada pelo jornal “O Estado de São Paulo” em cooperação com a FAO (Organização de Alimentação e Agricultura, das Nações Unidas), Ministérios, Secretarias de Estado e Municípios paulistas. Acreditamos até que muitos dos atuais ecologistas brasileiros tenham se inspirado nas páginas poéticas e campanhas educativas de Sólon Borges dos Reis.
Lira da América
Veio, depois, em 1973, “Lira da América”, reunindo duzentos poemas de 133 autores de 19 países nas três Américas, traduzidos para o português, como mais uma contribuição sua ao conhecimento da realidade latino-americana e à aproximação entre os povos do continente. “Obra antológica, que constitui uma excelente contribuição do professor Sólon Borges dos Reis ao intercâmbio cultural e sentimental entre as Nações latino-americanas”, como frisou em judiciosa conferência o professor Dorival Soares Ramos. Em “Lira da América”, Sólon Borges dos Reis não traduz, apenas, versos de outros poetas: educa. Porque a educação, para si, é tarefa prioritária. E usa a poesia, como já vimos, para alcançar seu objetivo. Em “Lira da América”, Sólon procura, através do verso, o intercâmbio cultural e o entendimento entre as instituições, a aproximação entre os povos e os homens, com o mesmo sentido do olimpismo moderno. Essa é uma das razões porque, em 1965, foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores para fazer parte da Comissão Nacional do Ano da Cooperação Internacional.
Deste livro destacamos três pequeninas e lapidadas jóias, para ilustrar este discurso:
Poesia da rua
Álvaro Yunque
(Argentina)
Poesia da rua.
Coisa de todos, sem dono;
eu me aprisiono um segundo,
só um segundo em seu verso.
Poesia da rua,
volto de novo à rua;
de todos sê e de ninguém;
riqueza de todos, verso.
Dor
José Rivas Groot
(Colômbia)
Perguntas que é dor: – Um velho amigo,
inspirador do meu verso dolente,
que se acha ausente quando estás comigo,
que está comigo quando estás ausente.
Anoitecer
Gastón Figueira
(Uruguai)
Como dois amantes pudicos e ardentes,
a Floresta e o Amazonas,
para amarem-se em segredo,
em sua alcova sombria,
apagaram a lâmpada do dia.
Jornalismo e Educação
A sua atividade jornalística está estreitamente relacionada com a educação. E começa na escola, quando fundou, em 1933, o jornal estudantil “O Normalista”, seguido, em 1934, pela revista “Nirvana”, esta de caráter literário e da qual foi redator-chefe. Foi repórter do “Diário do Povo” e redator do “Correio Popular”, em Campinas. No ano de 1940, em Casa Branca, onde foi redator-chefe do semanário “O Município”, publicou um estudo intitulado “Imprensa e Educação”. Em 1941, sua preocupação se volta para os programas escolares na escola pública e escreve “Algumas considerações sobre Programas Escolares”, editado em São Carlos, onde era vice-diretor da tradicional Escola Normal Oficial. Vindo de Araçatuba para Jaboticabal, onde foi também locutor de rádio, daí veio para São Paulo, em 1945, e aqui publica reportagens e entrevistas, e mantém seções diárias especializadas em educação e ensino em jornais da Capital, dentre os quais o “Correio Paulistano” e o “Jornal Trabalhista”. Constante colaborador de revistas especializadas de São Paulo e de outros Estados, continua atuando no órgão do CPP, o “Jornal dos Professores”, de que é editor-chefe e em outros jornais do país.
Participando de um concurso promovido pelo Rotary Clube de São Paulo, em 1954, conquistou o 1º prêmio com o seu trabalho “Como contribuir para melhorar a educação moral e cívica da juventude”. Conferencista convidado por instituições culturais no país e no exterior, são incontáveis as conferências que já proferiu, principalmente para a juventude universitária, sobre o tema da educação.
Política e Educação
Jornalista consagrado, Sólon Borges dos Reis fez um verdadeiro estágio político na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde, como cronista parlamentar, na Constituinte de 1947, conviveu com os principais políticos e parlamentares da época. Viu como funcionava o Poder Legislativo e concluiu que a tribuna parlamentar seria uma grande oportunidade para levantar mais alto a bandeira da educação. Resolveu conquistá-la, com o apoio de alguns amigos que comungavam o mesmo pensamento e, conquistando-a, exerceu, com tanto brilhantismo, o mandato popular, que foi reconduzido mais quatro vezes seguidas para o Legislativo paulista, cada vez com maior votação. E aí começa mais uma etapa de sua vitoriosa carreira em favor da causa educacional. Conhecido pela assiduidade e pela pontualidade, teve destacada atuação no Plenário e nas Comissões, principalmente como membro da Comissão de Constituição e Justiça e presidente, por várias vezes, da de Educação e Cultura.
Na reforma da Constituição Estadual, em 1967, foi o relator dos capítulos “Da Educação e da Cultura” e “Da Segurança Pública”.
Cultor do Direito, defensor dos dispositivos constitucionais como garantia dos direitos individuais e da ordem democrática, empreendeu, em 1962, campanha popular em todo o Estado explicando a Constituição diretamente ao povo e entregando em mãos, aos ouvintes, para com eles comentar, exemplar da Constituição de 1946, para o que contribuiu com 50.000 exemplares levados a todo o território paulista, a União Paulista de Educação (UPE), Cruzada de Civismo e Educação Popular que idealizou e fundou em 1947. Não temos notícia de nenhuma outra iniciativa desse gênero, destinada à politização do povo.
O poema “Constituição”, de sua autoria, recentemente premiado com medalha de ouro em concurso nacional de poesia em Brasília, tem o seguinte teor:
Todos têm a sua lei,
o Brasil quer ter a sua,
Lei das leis que cantarei
na praça, onde o povo atua.
No caminho desta Lei
que há de ser minha e ser tua,
não recua a nossa grei,
nosso povo não recua.
Mais forte que a voz do rei,
é a voz do homem da rua.
O rei passa, passa o rei,
mas o povo continua.
Com uma constância invejável, pregou sempre, na cátedra, na tribuna, na imprensa, nos palanques, nos cargos públicos e funções honorárias que tem ocupado, a formação integral e democrática, com fundamento na liberdade para poder escolher e na educação para saber escolher, tendo sempre em vista a dignidade humana. Realizador objetivo e eficiente, foram fecundas as instituições e iniciativas que semeou, consolidou e alentou, ao longo de cerca de cinquenta anos de trabalho. Foi três vezes condecorado pelo governo brasileiro e muitas outras por instituições particulares, como tributo à sua cultura e à sua atividade. A convite do eminente cardeal Dom Agnelo Rossi, fez parte da Campanha da Fraternidade, instituída então pela Igreja e hoje infelizmente tão distorcida.
“Carrossel do Tempo”
“Carrossel do Tempo” é o seu mais recente livro de versos. Editado em 1981, pela União Paulista de Educação, e reeditado em 1982. Esse livro revela, mais uma vez, o poeta e educador. Seus versos, dizemos, parodiando Castro Alves: “São pérolas soltas de um colar sem fio”. São pérolas guardadas nos arquivos de sua memória, de suas realizações, de suas lutas. Pérolas-poemas educativos. Recordações da escola, fonte de sua sabedoria, onde aprendeu e ensinou e da qual guardou alguma nostalgia. Recordações de alunos e de professores. Nos primeiros, o burburinho do crescimento, no despertar para a vida. Nos segundos, a preocupação de transmitir conhecimentos vividos. Luta pela vida e para a vida. A valorização da criança e do homem, no tempo.
“que dissipa a expectativa e a esperança
reduzidas nada mais que a uma lembrança.
E tão depressa!”
Onde: “Cada turma que passa modifica a gente
e deixa em nosso íntimo algo diferente…”
Permitam-me reproduzir aqui um dos seus poemas do “Carrossel do Tempo”:
Sala vazia
Volta à escola.
Entra na sala de aula.
Está vazia…
Tudo em seu lugar,
há uma perfeita ordem,
só não estão presentes as crianças,
as crianças alegres, irrequietas,
crianças barulhentas, buliçosas,
de quem cobraste, desta vez, silêncio.
Por que entristece o teu olhar, agora
que as crianças, em bando, foram embora
e um nó na garganta te estrangula a fala?
É a ausência amarga que incomoda…
Não há ninguém para quebrar a disciplina.
Pede que alguém converse.
Ninguém responderá à tua chamada…
Levanta a voz de novo, embora agoniada
e reclama e condena e repreende e protesta,
que já não é mais o barulho o que perturba,
mas é esse silêncio triste que molesta.
Se não há mais barulho, deve haver descanso,
mas é um descanso triste, um descanso que cansa…
De que serve o silêncio,
se não há mais criança
e isso te faz crer que acabou a esperança?…
E no setor da educação, propriamente dito, qual a atuação de Sólon Borges dos Reis? Aqui está realmente, a primeira dificuldade que encontramos em separar a sua multiforme profissionalidade. Achamos que toda ela está voltada para a educação, como já salientamos. Sua atuação neste setor começa na escola, continua no jornalismo, na cátedra, na liderança do magistério, no exercício de funções no Executivo e no Legislativo e se afirma como autor de livros didáticos, de pedagogia, de metodologia e de filosofia educacional, tais como “A Maior Herança” e “A Crise Contemporânea da Educação”;
E, para desenvolver na prática todo o seu idealismo fundou, em 1947, a União Paulista de Educação, sob o lema: “Só a educação pode levar o Brasil a um grande destino”, desencadeando, em 1949, uma campanha popular com duplo objetivo de utilidade pública: a) pleitear dos poderes públicos mais verbas para a educação; b) motivar a comunidade paulista de modo que a opinião pública se mobilizasse com esse objetivo – obter mais recursos orçamentários destinados ao ensino. O lema “mais prédios para as escolas, melhores vencimentos para os professores” ganhou manchetes nos jornais, em 1958. E daí resultou a instituição FECE – Fundo Estadual de Construções Escolares, hoje CONESP. A política salarial. Pela primeira vez no país, o professorado, mobilizado, saiu coletivamente às ruas, na Capital e no Interior e concentrou-se em massa nos cinemas, teatros e estádios com capacidade para dezenas de milhares de pessoas. Pela primeira vez na História do magistério brasileiro, o professorado compareceu, unido e altivo, com responsabilidade, às portas do Palácio do Governo e da Assembleia Legislativa. Tudo, sempre, com a ordem, o respeito e a dignidade própria dos educadores.
No Poder Executivo, como Assistente Geral, Chefe do Ensino Secundário e Normal, Diretor Geral do Departamento de Educação e posteriormente como Secretário da Educação, criou escolas em grande quantidade. Implantou no Ensino Médio, nos últimos anos da década de 40, como rotina anual, os concursos de remoção e ingresso, como já havia desde os anos 30 para o pessoal do Ensino Primário. Aumentou o número de classes especiais para excepcionais da inteligência, criou outras para deficientes físicos e instituiu as primeiras dez classes especiais para crianças surdas, mantidas pelo Estado, para o que foi pessoalmente ao Rio de Janeiro buscar os professores, que não havia então por aqui. A integração da Escola Superior de Educação Física à Universidade de São Paulo, só efetivada, oito anos depois, foi defendida em caráter pioneiro por ele, com projetos de lei de sua autoria em 1962. Dentre as campanhas que vem sustentando desde a fundação da União Paulista de Educação, em 1947, destaca-se a da criação e ampliação de bibliotecas em escolas, hospitais, sindicatos, clubes e principalmente nas cadeias públicas do Estado.
Como deputado, manteve no Poder Legislativo singular coerência com o que dizia e escrevia e voltando sua atuação sempre para o problema da educação, que considera prioridade nacional número um.
“A Maior Herança” – Educação
No prefácio deste seu livro, assinado pelo autor, percebemos logo o seu roteiro, o seu propósito: “Este livro tem um ânimo, a verdade. Mas também tem uma ambição, o ideal. “Ânimo e ideal sempre presentes na vida do autor, que acrescenta: “Se um livro deve trazer mensagem, este desfralda a bandeira da educação”. Este seu livro contém realmente uma “definição de princípios” e “uma tomada de posição diante da encruzilhada política em que se debate a civilização”. Essa definição de princípios e essa tomada de posição expostas em 1965 em seu livro, vem sendo aplicada pelo autor em sua vida profissional. Pode-se dizer que em “A Maior Herança” encontramos o pensamento vivo de Sólon Borges dos Reis, expresso em todos os capítulos.
“A Crise Contemporânea da Educação”
Em “A Crise Contemporânea da Educação”, Sólon prossegue, em 1978, a sua luta em favor da educação, através do livro e acentua a sua pregação em favor da escola pública, tão badalada e mal cuidada, começando por afirmar que “O reconhecimento e a aplicação prática do direito à educação vai se generalizando no mundo inteiro, apesar de todas as implicações complexas que encerra”. E acentua: “A democracia só pode garantir igualdade de oportunidades em matéria de educação quando as suas estruturas econômicas impedirem maiores desigualdades sociais, a ponto de permitir que todos se desenvolvam na medida das suas aptidões naturais e da sua capacidade moral”.
Este livro não é, apenas, um livro sobre educação ou um ideário educativo. É mais do que isto: é uma verdadeira cartilha de civismo, que merece ser posta em prática em favor da educação. Sólon defende a necessidade de maiores investimentos no setor da educação e argumenta: “Embora um povo só tenha a escola que pode ter e não a que quer ter, nós podemos ter uma escola melhor do que temos, se gastarmos mais e melhor em educação. Entretanto, gastamos menos do que podemos, como também gastamos menos do que preceituam dispositivos constitucionais em vigor no país”.
Valorização do Educador e da Cultura Nacional
No sentido de valorizar o educador e as figuras expressivas da cultura nacional, preservando as suas obras e as suas memórias, o professor Sólon assinalou o centenário do nascimento de Osvaldo Cruz, em São Luiz do Paraitinga, com uma placa comemorativa no frontispício da casa onde nasceu esse cientista. Através da UPE construiu e doou ao governo italiano um busto em bronze (cujo autor foi o professor Rafael Rotendaro) do compositor Carlos Gomes, que se encontra no Museu anexo ao Teatro Scala, de Milão.
Nós testemunhamos a intensa atividade do professor Sólon em defesa do magistério e da Educação. Juntos, participamos de memoráveis congressos, nacionais e internacionais, realizados em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Montevidéu. Mas não pudemos acompanhar o voo de Sólon Borges dos Reis em outros congressos internacionais realizados na Europa, Ásia, Escandinávia, União Soviética, Inglaterra, França e Estados Unidos, quando recolheu, em 30 países visitados, farto material de valor educativo. Ainda agora, acaba de regressar da República do Togo, na África, onde participou de um congresso internacional promovido pela CMOPE, representando a entidade de classe que dirige, o CPP, onde vem realizando magnífica gestão.
O tempo não nos permite falar mais sobre a vida e a obra deste ilustre educador, que vem engrandecer o nosso sodalício.
Neste discurso, um esboço do seu Retrato Falado, feito por uma testemunha ocular. Com o volumoso currículo do retratado, arquivado pela Academia Paulista de Educação, temos provas suficientes para torná-lo aqui prisioneiro das suas virtudes, de sua capacidade para o seu trabalho livre, eficiente e continuado em favor da educação.