Artigo – Não se perca mais tempo
por Renato Nalini
Os três maiores vilões das mudanças climáticas são o transporte, a energia estacionária e os resíduos sólidos. O Brasil deveria se valer de sua condição de país provido de múltiplas fontes energéticas e trazer dinheiro para estimular a reativação de sua economia.
Recados explícitos não faltam. Fatih Birol, o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia já afirmou que nosso país é um dos mais promissores em termos de retorno a investidores internacionais, se levar a sério projetos de energia renovável.
O biocombustível é algo de que o Brasil pode se desincumbir com facilidade. O Proálcool foi um programa exitoso. Mas ainda não exploramos suficientemente a área da bioenergia, solar e eólica.
Este ano e 2025 representam incrível oportunidade para que o Brasil reassuma o seu papel singular na discussão climática, ao oferecer alternativas ao excessivo uso do veneno chamado petróleo.
O mundo sabe que terá de abandonar os combustíveis fósseis. Não porque estejam com seu final já previsto, mas porque eles emitem os fatídicos gases causadores do efeito estufa. E este altera substancialmente as condições de existência de qualquer espécie de vida no planeta. Se a humanidade quiser continuar a existir, terá de adotar outras fontes de energia.
O etanol deu certo e é uma saída para as exportações. Mas, para isso, é preciso eliminar barreiras burocráticas. O excesso de normatividade, a regulação exagerada, a criação de meandros formalistas e procedimentais afugenta o investidor estrangeiro. O ambiente para a exportação precisa ser mais amigável e confiável.
Num outro ângulo, o Brasil precisa reinventar a transmissão de energia, pois distribuidoras que exercem o monopólio podem não atender aos interesses da população, como tem ocorrido com frequência na maior cidade do hemisfério, São Paulo.
A Academia deve oferecer estratégias para que o governo assuma protagonismo ao oferecer cenário jurídico seguro ao investidor. Ninguém quer arriscar seu capital em país de insegurança jurídica. As dissertações e teses devem caprichar na elaboração de cenários mais factíveis do que as labirínticas trajetórias hoje impostas a quem quer trazer dinheiro para ajudar o desenvolvimento brasileiro.