Artigo – Forme-se em Inteligência Artificial
por José Renato Nalini
A Inteligência Artificial é uma realidade. Já está disponível em nossos celulares. Utilizamos dela e ela se utiliza de nós. Fornece nossos dados, até os mais confidenciais, para o mercado. E ele, sem alma, se aproveita disso.
Tem-se de conviver com ela. Portanto, nada melhor do que estudá-la. E já existe uma Faculdade de Inteligência Artificial. Não é novidade, já que formou sua primeira turma. Ela funciona junto à Universidade Federal de Goiás e foi criada em 2019.
Os primeiros alunos foram corajosos. Tentou-se dissuadi-los, pois o assunto era muito novo e talvez fosse melhor só escrever uma dissertação ou uma tese. Mas quem cursou está satisfeito. Vê grandes possibilidades profissionais. Isso porque o ChatGPT da OpenAI, suscitou uma corrida global para investir nessa área. A demanda é enorme junto ao G-7 da tecnologia: Apple, Amazon, Google, Meta, Microsoft, Nvídia e Tesla. E segundo o Fundo Monetário Internacional – FMI, cerca de 40% de todas as ocupações do planeta dependerão da Inteligência Artificial.
A criação dessa Faculdade só foi possível porque a Universidade Federal de Goiás já possuía o Centro de Excelência em Inteligência Artificial. Já produzia projetos de inovação de IA para empresa e isso, desde 2012. Havia demanda para um curso específico, já que, desenvolvido o projeto, não havia profissionais para implementá-lo.
Uma outra circunstância comoveu os responsáveis. A área de exatas, como a matemática, química, física, biologia, já não são tão procuradas. Ninguém quer ser professor, tamanha a desvalorização da carreira. Os alunos querem prática, o que as Faculdades não dão. Pesquisou-se o que as empresas queriam e o curso foi elaborado com 34 disciplinas. Como parte do aprendizado, continua-se a elaborar projetos sob demanda. Não existe divórcio ou fosso intransponível entre a Faculdade e a prática.
A experiência goiana precisa ser copiada por essas Faculdades que só dão diploma e que não acompanham o egresso, para saber se o diploma foi suficiente para o ex-aluno sobreviver com dignidade. Copiem o modelo da UFG e façam seus educandos serem profissionais realizados e felizes.